terça-feira, 19 de maio de 2015

Dia 7: Preparação



No dia seguinte levantamos às 7 da manhã para tomarmos café e trocarmos as passagens que estavam marcadas para a noite anterior (a qual perdemos em função do atraso na travessia do Estreito de Magalhães). Conseguimos remarcá-las para as 12h30min deste dia. Com algum tempo livre, pude sacar alguns pesos chilenos e comprar algumas recordações de Punta Arenas.

- diária do hostel: 13000 pesos chilenos

- compra de lembranças: 4500 pesos chilenos

- 1 sanduíche e 1 suco: 4500 pesos chilenos

- 1 gorro: 3000 pesos chilenos

- saque do caixa com cartão: 100000 pesos chilenos



Além das novas impressões obtidas no Chile, recebi a triste notícia que o Sr. Ariza fora encontrado morto com suas roupas molhadas e sujas de barro na trilha que havia indicado aos policiais. É estranho o que estou sentindo. Não me sinto responsável pela morte dele, de forma alguma, pois tinha um caminho para desfrutar de minha viagem, que há tanto tempo havia sido planejada, aproveitando o visual único do Cerro Martial. O que me impressiona é o modo como o destino me colocou diante daquele senhor, para ser a última pessoa a lhe ver, a tratá-lo bem, oferecer-lhe água, tirar sua última foto. Que descanse em paz o sr. Ariza, ao menos seus últimos momentos na Terra foram agradáveis, com pessoas que de certa forma lhe deram a atenção que este merecia. Vá em paz, sua imagem de um velhinho conversador e bem disposto jamais sairá da minha memória.



Assim seguimos viagem para Puerto Natales. No ônibus (muito bom por sinal) sentei ao lado de Karla, uma chilena de 31 anos que faz serviço social em Punta Arenas e estava indo até Puerto Natales encontrar amigos para ir até um festival de música em El Calafate, onde haveria uma apresentação da banda Calle 13. Conversamos sobre viagens, trabalho e música brasileira. Fiz uma lista das principais bandas nacionais que ouço para que ela pudesse baixar. Muito simpática essa guria, até elogiou meu espanhol, dizendo que falo muito bem e de forma fluida. Chegando a Puerto Natales nos despedimos e, eu e o casal de franceses, fomos à procura de um hostel (eu na verdade, pois o casal já tinha reservas feitas). Logo encontramos o hostel deles, e então parti pra busca de algum que pudesse me abrigar. Encontrei vaga num hostel chamado Josmar, muito simples por sinal, mas com uma senhora que me tratou muito bem. Assim que cheguei conectei-me ao wi-fi para saber das notícias do Brasil.



Uma vez hospedado, fui atrás das coisas necessárias para dar início ao Circuito W. Primeiramente fui ao mercado fazer as compras para passar os cinco dias no parque. Comprei coisas como macarrão, pão de forma, salame, queijo, café solúvel, biscoitos, molho de tomate, latas de atum, doce de leite, entre outros. Logo na sequência fui a uma loja de equipamentos de camping para alugar algumas coisas como saco de dormir, barraca, fogareiro, etc. Alguns itens foram comprados como gás, talheres, lanterna, e uma coisa e outra das quais não me recordo agora.


Após terminar estes preparativos, voltei para o hostel, tomei um banho e conversei um pouco pelo whatsapp. Cabe aqui uma constatação: eu, que nunca gostei muito dessas ferramentas tecnológicas que acabam por nos tornar escravos, devo admitir que o whatsapp me foi muito útil em toda a viagem. Em muitos momentos de solidão, podia facilmente matar a saudade da família, recebendo notícias do meu velho (que não andava muito bem de saúde quando me ausentei para esta viagem) Justiça seja feita, ponto pra tecnologia!



Na sequência, sai para um passeio pela cidade, agora com calma, podendo apreciá-la como um turista. Minha paranóia me fez pensar que havia comprado pouca comida, o que me fez retornar a um mercado para comprar mais algumas coisas. Foi assim que cruzei com dois malucos do Brasil, Marcelo e Eduardo, ambos de Juiz de Fora. Em seguida chegou uma outra menina que estava com eles, Taís. Ainda havia uma segunda, que só viria a conhecer no dia seguinte, chamada Rafaela. Conversamos por um bom tempo no mercado. Disseram que iniciariam o circuito W na manhã do dia seguinte, coincidindo com o meu início do trajeto. Começava a se desenhar a parceria que seria firmada nos dias em Torres del Paine. Despedimos-nos e retornei ao hostel.



Assim que cheguei pedi à dona Ester (creio ser a dona do hostel) que preparasse o jantar pra mim, conforme ela havia me orientado. Milanesa de vacuno y papas fritas, muito boa por sinal, tanto na qualidade como na quantidade. Comi fartamente e tomei uma Austral de 1 litro. Muito boa essa cerveja chilena! Após o jantar terminei minha cerveja na área de convívio do hostel, que era na verdade uma sala com sofá e mesa de jantar, num ambiente que continha uma lareira, sempre acesa. Na ocasião conheci um grupo de Barcelona, duas gurias e dois caras, mas infelizmente não me recordo de seus nomes. Muito simpáticos, conversamos sobre nossas ocupações e nossos destinos de viagem. Uma das gurias cursava Desenho Gráfico e a outra Antropologia. Já os caras, um também cursava Desenho Gráfico e o outro tinha a intenção de fazer Gastronomia, embora ainda não tivesse ingressado na faculdade. Até cederam uma parte do seu tabaco para que eu pudesse fumar no parque. Muito cordiais e educados todos eles! Depois dessa breve conversa foram dormir.



Tão logo os catalães saíram, dois israelenses me convidaram para compartilhar seu vinho. Ambos falavam espanhol muito mal, o que fez nossa conversa ser um misto de inglês e espanhol. Conversamos rapidamente sobre a trilha no parque e sobre cannabis. Espantaram-se quando lhes disse o preço cobrado no Brasil, segundo eles, em Israel o valor é absurdamente caro. Logo fomos interpelados pela dona Ester, dizendo que deveríamos ir para os quartos, pois ela deveria arrumar alguma coisa por ali para o dia seguinte. Sendo assim parti pro meu quarto, onde estava acompanhado de cinco israelenses que conversavam em hebreu. Todos estavam preparando suas coisas para o “W”. Terminei a preparação da minha mochila às 3 da manhã, e teria de levantar as 06h00min para tomar café e partir às 07h00min, horário que estava marcado o ônibus com destino ao Torres del Paine.

- compra no mercado: 22000 pesos chilenos

- passagem para o parque: 12000 pesos

- diária do hostel: 8000 pesos chilenos

- jantar no hostel: 4000 pesos chilenos

- aluguel de equipamentos: 38000 pesos chilenos

- compra de equipamentos: 47000 pesos chilenos
Denis e Camille, Punta Arenas - Chile

Monumento à Fernão de Magalhães, Punta Arenas - Chile

Puerto Natales - Chile

Josmar Hostel

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