segunda-feira, 11 de maio de 2015

Dia 6: Estreito de Magalhães



Hoje foi o dia da partida para Rio Grande com destino a Puerto Natales, passando pelo Estreito de Magalhães de ferry boat. Na saída de Ushuaia, às 5 da manhã, fazia muito frio, além do intenso vento, que diminuía ainda mais a sensação térmica. Com medo de perder o horário, tomei um banho, arrumei minhas coisas e desci com a mochila até a recepção do hostel, onde adormeci e fui acordado a meia hora da partida pelo funcionário da recepção. Mochila nas costas, era chegada a hora de encarar o vento e a chuva fina até o local de partida do ônibus. Na chegada a Rio Grande, conheci Camille e Denis, um casal de jovens franceses. Vieram até mim e me convidaram para um café na rodoviária. Tínhamos que aguardar por duas horas até a saída para Punta Arenas, e nesse tempo conversamos muito, numa mistura de espanhol, inglês e português (já que Denis tinha estudado português por 3 meses).

Foi uma conversa muito proveitosa! Pude perguntar-lhes sobre o momento vivido na França por conta dos atentados ao mercado judeu e ao Charlie Hebdo. Além disso, conversamos sobre o momento político vivido no Brasil no período da Copa do Mundo, ensino da História nas escolas francesas e brasileiras, entre outras coisas. Apesar de jovens, pude perceber uma forte consciência política, manifestada pelos comentários feitos sobre os mais variados assuntos. Depois de uma longa conversa, era chegada a hora de partir para Punta Arenas.


Quando chegamos ao Estreito de Magalhães não podemos fazer a travessia no horário previsto em função das fortes ondas (decorrentes de um vento forte que não para nunca!). Esperamos por cerca de 4 horas até que pudéssemos fazer o translado. Nesse meio tempo pude testar meu inglês conversando com Joseph, um sul coreano de Seul, que até então tinha dormido toda a viagem, com um puta Sol quente batendo no seu rosto. Depois de muito esperar, nosso ônibus finalmente entrou na embarcação que cruzaria o estreito. Nela, conhecemos Luis, um argentino torcedor do Estudiantes, que trabalha como diretor de teatro e escritor. Uma pessoa muito agradável! Nos falou sobre costumes, bebidas e comidas dos argentinos.

Nas 4 horas de espera para o ferry boat, pude caminhar sozinho pela praia de pequenas pedras e muitos mariscos e algas. O vento que faz nesse lugar eu não vi em lugar nenhum na minha vida. Diferentemente de Ushuaia (onde também ventava muito), o vento aqui era capaz de carregar um turista mais desatento. Nesse momento o Sol começava a se pôr, um visual que impressionava. Foi um dos vários momentos da viagem que queria ter alguém importante por perto. “A alegria só é plena quando compartilhada”, essa frase nunca fez tanto sentido. Neste momento escrevo de dentro do ônibus que nos leva a Punta Arenas, onde chegamos por volta das duas da manhã. Tivemos muita sorte, pois ao lado do local de chegada do ônibus havia um hostel chamado “Ayelen”, e este tinha vaga para todos nós no mesmo quarto (com 4 camas e um banheiro privado). De longe o melhor serviço que encontrei até agora). Assim que chegamos tomei um banho e aproveitei para lavar as minhas meias sujas, usando a calefação para  secagem delas. 
Estreito de Magalhães

Camile e Denis


Hostel Ayelen, ótimo serviço.

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