terça-feira, 26 de maio de 2015

Dia 13



No dia seguinte acordei às 09h00min para aproveitar o café do hostel. Assim que comi comecei a arrumar minhas roupas na mochila novamente (estavam em sacos pretos, deixados numa espécie de guarda-volumes do hostel, para que a mochila estivesse livre pra sua utilização no circuito W). Assim que as coisas estavam minimamente organizadas fui buscar minhas roupas que havia deixado na lavanderia no dia anterior. Elas voltaram minimamente limpas, com um cheiro bom, embora um pouco encardidas (limpas mesmo só serão no Brasil).

Retornei ao hostel e preparei minha mochila para partir no fim da tarde, às 18h00min, com destino a Calafate. Como teria a tarde toda livre, resolvi andar pela cidade para conhecê-la, tirando algumas fotos. Também fui ao correio para enviar alguns postais que havia comprado em Ushuaia, mas não tive tempo de postar. Nessa caminhada encontrei alguns rostos conhecidos que estavam acampando no decorrer do circuito, entre eles Javiera e Cristóban, que conheci no primeiro dia de camping. Ambos eram chilenos de Santiago. Conversando com eles descobri que também iriam a Calafate no mesmo ônibus que eu.

Bom, retorno agora ao horário do almoço, pois já ia me esquecendo dos amigos André e Fernanda, que conheci no dia em que cheguei a Puerto Natales, na loja onde aluguei os equipamentos. A partir daí se sucederam uma série de “encontros”. Assim que retornei da rua para o almoço no hostel, estavam os dois almoçando e gentilmente me convidaram para sentar com eles, no próprio hostel onde estava hospedado (Josmar Hostel). Estavam tomando a mesma cerveja que eu havia comprado pro almoço, uma Austral de 1 litro. Conversamos sobre os dias no parque, as dificuldades do trajeto, nossas ocupações no Brasil, entre outras coisas. Logo na seqüência do almoço os dois iriam a Punta Arenas, assim selamos nossa amizade com uma foto. Muito simpáticos os dois!

Voltando agora ao final da tarde, retornei ao hostel para carregar a bateria do meu mp4 para a viagem que faria no fim do dia. Fiquei aguardando o funcionário do hostel que me levaria à rodoviária (como reservei as passagens no próprio hostel, eles oferecem esse serviço de nos levar até o terminal de ônibus). Na espera do ônibus, já no terminal, encontrei Javiera e Cristóban e ficamos conversando até a chegada do nosso ônibus, que por sinal atrasou uma hora. A saída, que estava marcada para as 18h00min, só foi acontecer às 19h00min.

Depois de pouco menos de meia hora de viagem paramos na fronteira do Chile para quitar nossa situação junto à imigração. Seguindo viagem, nova parada no lado argentino, para dar entrada no país, normalmente. Depois de muita espera seguimos finalmente viagem para Calafate. Mesmo agasalhado passei muito frio no ônibus. Consegui dormir no trajeto e acordei somente quando chegamos à Calafate, por volta das 02h00min. Como já era muito tarde e tínhamos a informação de que não haveria vagas em nenhum hostel (devido ao Festival do Lago, que receberia a banda Calle 13 como atração principal, entre outras), resolvemos passar a noite no próprio terminal rodoviário.

Apesar dos vários avisos fixados à parede dizendo ser proibido pernoitar, permanecemos ali mesmo, já que não havia outra opção. Os próprios policiais faziam “vistas grossas” à nossa permanência por ali. Fazia muito frio na cidade, nenhum deles, em sã consciência, nos colocaria pra fora daquele local. Javiera e Cristóban se juntaram a mim próximo a um aparelho de calefação para nos esquentarmos minimamente. Os dois tinham sacos de dormir e os estenderam no chão, logo dormindo.

Eu só tinha um pote de doce de leite que havia me restado da trilha. Depois de algumas colheradas, estendi no chão a capa da minha mochila e me acomodei dentro dela, utilizando a mochila como encosto. Fazia tanto frio que não conseguia pegar no sono, então resolvi ler um pouco pra que o sono chegasse. Depois de pouco mais de 30 páginas lidas (do livro De moto pela América do Sul, que conta a viagem feita por Che Guevara e seu amigo pelo continente) finalmente me acomodei e consegui pegar no sono. Acordei algumas vezes durante aquela noite fria, mas creio que tenha conseguido dormir umas duas horas completas.
Localização do Josmar Hostel (foto essencial pros "desorientados" como eu)

Praça em Puerto Natales



Vista que se tem da pista de skate da cidade.

No canto direito, monumento aos ventos.
Cristóban y Javiera

André e Fernanda

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