Na manhã do dia seguinte levantei
cedo, arrumei minhas coisas, tomei um banho e fiquei aguardando o horário do
meu ônibus. Nesse momento, graças à Júlia (a austríaca que havia conhecido na
noite anterior) não perdi o horário. Não sei o que aconteceu com meu celular,
mas ele havia voltado pro horário brasileiro, atrasando uma hora. O fato é que
eu estava na cozinha comendo uma fruta, bem tranqüilo, quando chega Júlia e me
pergunta se já não estava no meu horário de partir. Disse a ela que faltava
ainda um tempo considerável, não tinha pressa. “Vocês brasileiros são tão
calmos! Se tivesse um vôo pra pegar agora eu já estaria agitada!”. Depois da
breve conversa perguntei a hora ao recepcionista e descobri que faltavam 10
minutos pro meu ônibus até Calafate partir. Peguei minha mochila e parti. Sorte
estar do lado da rodoviária!
Cheguei ao aeroporto de Calafate
por volta das 13h30min, sendo que meu vôo sairia somente às 18h05min. Longa
espera que só não foi maior porque fiquei conversando com meu bem a tarde
toda. Como ainda estava na penúria por
conta do câmbio desfavorável de Chaltén, havia comido somente uma maçã em toda
a tarde. Não via a hora de embarcar para desfrutar da pequena refeição servida
no vôo. E na real foi pequeníssima, duas bolachinhas recheadas e um copo de Sprite. De certa forma já enganou meu
estômago por um par de horas.
No vôo para Buenos Aires fiquei
observando as pessoas, como normalmente costumo fazer. À minha frente, um jovem
argentino tipicamente portenho, visualmente de uma classe favorecida, não tirou
os olhos de seu iphone por um só
minuto, aumentando ainda mais sua sensação de isolamento social com seus fones
de ouvido gigantes (daqueles que custam quase o preço do iphone). Um completo sem educação, pois não respeitou os avisos
(foram vários!) das aeromoças para desligar os aparelhos eletrônicos, além de
conseguir derrubar gelo em mim na poltrona de trás, sem ao menos de desculpar.
Assim que cheguei já contactei
Anita, desta vez com sucesso. Tomei um táxi e fui até sua casa. O taxista era
Miguel, uma pessoa muito simpática. Conversamos sobre a última Copa do Mundo,
do trágico 7 a
1, como não podia ser diferente. O taxímetro marcou 84 pesos, mas já havia lhe
dito que tudo o que tinha eram 76 pesos. Miguel, sem titubear, me disse pra
ficar tranquilo que me deixaria em meu destino, sem a necessidade de caminhar
uma só quadra se quer. Agradeci sua gentileza e saltei do táxi, já em Palermo. Assim que
encontrei Anita disse que estava faminto e precisava comer algo. Nesse momento
terminava minha penúria, pois carregava uma grana pra Anita do Brasil, e como
retribuição pela gentileza ela cambiou algum dinheiro pra mim! Deixei minha
mochila em seu prédio e nos mandamos pelo bairro.
Comi um hambúrguer generoso
acompanhado de batatas fritas e uma cerveja. Era o que precisava para ganhar
uns pontos de vida. Enquanto comia, Anita me contava suas desventuras amorosas
Depois de comer (e ouvir!) fomos procurar um hostel pra eu passar a noite.
Acabei ficando no Play Hostel (http://www.playhostel.com/) por ser próximo do
prédio de Anita e pelo preço em conta. Recomendado! Barato pros padrões de Buenos
Aires. Depois disso tomei um banho e saímos pra tomar uma cerveja e terminar o
papo.
Fomos até a Praça Serrano, point
conhecido de Palermo e nos sentamos para a tal breja (que por sinal tomei
sozinho, pois Anita não bebe!). No auge do papo, eu falando pelos cotovelos,
como de costume, fomos interpelados por um garçom brasileiro, que há alguns
minutos já se divertia com nossa conversa sem sabermos. Acabava de descobrir
mais um lugar repleto de brasileiros Saímos deste bar do qual fomos tocados
pelos garçons pois já iriam fechar. Me senti em Maringá! Sentamos num bar ao
lado e continuamos a prosa até as 5 da manhã. Depois disso deixei Anita em seu
prédio e fui dormir.
- táxi: 76 pesos
- hamburger + batata + cerveja:
80 pesos
- cerveja: 50 pesos
- cerveja + batatas (segundo
bar): 80 pesos
- diária do hostel: 150 pesos
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