segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dia 16: de volta a Buenos Aires



Na manhã do dia seguinte levantei cedo, arrumei minhas coisas, tomei um banho e fiquei aguardando o horário do meu ônibus. Nesse momento, graças à Júlia (a austríaca que havia conhecido na noite anterior) não perdi o horário. Não sei o que aconteceu com meu celular, mas ele havia voltado pro horário brasileiro, atrasando uma hora. O fato é que eu estava na cozinha comendo uma fruta, bem tranqüilo, quando chega Júlia e me pergunta se já não estava no meu horário de partir. Disse a ela que faltava ainda um tempo considerável, não tinha pressa. “Vocês brasileiros são tão calmos! Se tivesse um vôo pra pegar agora eu já estaria agitada!”. Depois da breve conversa perguntei a hora ao recepcionista e descobri que faltavam 10 minutos pro meu ônibus até Calafate partir. Peguei minha mochila e parti. Sorte estar do lado da rodoviária!

Cheguei ao aeroporto de Calafate por volta das 13h30min, sendo que meu vôo sairia somente às 18h05min. Longa espera que só não foi maior porque fiquei conversando com meu bem a tarde toda. Como ainda estava na penúria por conta do câmbio desfavorável de Chaltén, havia comido somente uma maçã em toda a tarde. Não via a hora de embarcar para desfrutar da pequena refeição servida no vôo. E na real foi pequeníssima, duas bolachinhas recheadas e um copo de Sprite. De certa forma já enganou meu estômago por um par de horas.

No vôo para Buenos Aires fiquei observando as pessoas, como normalmente costumo fazer. À minha frente, um jovem argentino tipicamente portenho, visualmente de uma classe favorecida, não tirou os olhos de seu iphone por um só minuto, aumentando ainda mais sua sensação de isolamento social com seus fones de ouvido gigantes (daqueles que custam quase o preço do iphone). Um completo sem educação, pois não respeitou os avisos (foram vários!) das aeromoças para desligar os aparelhos eletrônicos, além de conseguir derrubar gelo em mim na poltrona de trás, sem ao menos de desculpar. 

Assim que cheguei já contactei Anita, desta vez com sucesso. Tomei um táxi e fui até sua casa. O taxista era Miguel, uma pessoa muito simpática. Conversamos sobre a última Copa do Mundo, do trágico 7 a 1, como não podia ser diferente. O taxímetro marcou 84 pesos, mas já havia lhe dito que tudo o que tinha eram 76 pesos. Miguel, sem titubear, me disse pra ficar tranquilo que me deixaria em meu destino, sem a necessidade de caminhar uma só quadra se quer. Agradeci sua gentileza e saltei do táxi, já em Palermo. Assim que encontrei Anita disse que estava faminto e precisava comer algo. Nesse momento terminava minha penúria, pois carregava uma grana pra Anita do Brasil, e como retribuição pela gentileza ela cambiou algum dinheiro pra mim! Deixei minha mochila em seu prédio e nos mandamos pelo bairro.

Comi um hambúrguer generoso acompanhado de batatas fritas e uma cerveja. Era o que precisava para ganhar uns pontos de vida. Enquanto comia, Anita me contava suas desventuras amorosas Depois de comer (e ouvir!) fomos procurar um hostel pra eu passar a noite. Acabei ficando no Play Hostel (http://www.playhostel.com/) por ser próximo do prédio de Anita e pelo preço em conta. Recomendado! Barato pros padrões de Buenos Aires. Depois disso tomei um banho e saímos pra tomar uma cerveja e terminar o papo.

Fomos até a Praça Serrano, point conhecido de Palermo e nos sentamos para a tal breja (que por sinal tomei sozinho, pois Anita não bebe!). No auge do papo, eu falando pelos cotovelos, como de costume, fomos interpelados por um garçom brasileiro, que há alguns minutos já se divertia com nossa conversa sem sabermos. Acabava de descobrir mais um lugar repleto de brasileiros Saímos deste bar do qual fomos tocados pelos garçons pois já iriam fechar. Me senti em Maringá! Sentamos num bar ao lado e continuamos a prosa até as 5 da manhã. Depois disso deixei Anita em seu prédio e fui dormir.
- táxi: 76 pesos
- hamburger + batata + cerveja: 80 pesos
- cerveja: 50 pesos
- cerveja + batatas (segundo bar): 80 pesos
- diária do hostel: 150 pesos
 
Anita, aquela que me ajudaria a desbravar a capital.

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