quarta-feira, 17 de junho de 2015

Dia 22



Na manhã deste dia parecia que um caminhão tinha passado bem em cima da minha cabeça. Me recordo de ter levantado de manhãzinha, com o quarto todo fechado, o ventilador desligado (a luz ainda não havia voltado), e eu dormindo de blusa de flanela e tênis naquele forno. Sem contar o cheiro de fumaça que impregnava minhas roupas (havíamos queimado uma lenha na churrasqueira pra “iluminar” o ambiente). Fui o primeiro a acordar, a casa estava toda em silêncio. Fiquei no meu quarto e logo apareceu Luisa, a peruana de Lima, e conversamos brevemente sobre a noite anterior. Depois de algumas risadas ela me fez um convite pra almoçar. Não tinha assim tanta fome, mas topei.



Saímos sem destino definido, quando na rua decidimos ir ao Parque Centenário. Como ainda não conhecia, logo topei o rolê. Pegamos um colectivo em frente ao Congresso, mas não me recordo o número dele. Ah, antes disso deixamos nossos celulares pra carregar na academia onde Luisa treinava. O parque é um lugar bem legal, com um lago cheio de peixes, parquinho para as crianças, extensos gramados onde se juntam jovens e pessoas de mais idade. Aliás, essa foi uma das boas impressões da cidade: seus espaços públicos são muito bem utilizados. Como se trata de lugares bem conservados, limpos, isso atrai as pessoas para o convívio nestes locais. Além do mais, o governo incentiva tal utilização destes espaços públicos por meio de publicidade, dizendo ser uma ótima opção de lazer, e o que é melhor, gratuita.



Nele também havia uma longa feira ao ar livre, na qual se encontrava de tudo, tudo mesmo! Desde as coisas mais inúteis como garrafas velhas de refrigerante, até brinquedos e roupas usadas. Facilmente se passa uma hora ali caminhando pelo local. Depois de muita caminhada sob o sol forte, a fome finalmente bateu firme. Já era por volta das 16h00min quando tomamos o ônibus para retornar. De volta ao centro, resolvemos comer no Subway (havia um bem próximo da casa, na Av. Belgrano). Antes disso passamos na academia para retirar nossos celulares, devidamente carregados. Comendo, pude conectar ao wi-fi do local e atualizar algumas informações das pessoas que quero bem no Brasil. De estômago cheio, voltamos pra casa. Luisa agradeceu o rolê dizendo-me que eu era uma pessoa muito simpática por ter aceitado seu convite, mesmo sem conhecê-la muito bem. Na verdade o sortudo era eu, por poder contar com uma pessoa tão "buena onda" como Luisa!



Retornando à casa logo percebemos que a luz havia voltado, o que nos deixou felizes (somos muito dependentes da eletricidade, e além disso eu precisava utilizar a máquina de lavar, rs!). É bem verdade que em Torres del Paine, nos dias em que fiquei isolado, longe das regalias que temos na vida em sociedade, não senti muito a falta de luz, internet, celular, essas coisas. Creio que a dura rotina à qual nos submetemos por lá nos faz esquecer desse tipo de coisas “mundanas”, por assim dizer. Lá as preocupações eram acordar cedo, desfazer o acampamento, andar o dia todo com tudo levado nas costas, chegar até o próximo ponto de camping, armar tudo novamente, cozinhar, comer e dormir, para repetir tudo no dia seguinte. Numa rotina assim seu corpo (e sua mente!) acaba se esquecendo que foi condicionado a sentir falta disso tudo. Por metade de um dia e uma noite inteira, estava submetido novamente a isso, e no fim das contas a falta de luz uniu a galera da casa, já que em condições normais, sem a ausência da energia elétrica, todos provavelmente chegariam à noite e se recolheriam em seus quartos, conectando-se logo ao facebook, whatsapp, etc. Viva a ausência da luz!



Com a volta da energia, finalmente pude lavar minhas roupas. Terminada essa tarefa, juntei-me à galera e, mesmo sem ter passado direito a ressaca da noite anterior, decidimos comprar algumas cervejas, afinal de contas era sábado. Nessa noite eu não tinha planos pra sair, meu corpo ainda cobrava a conta da noite anterior. Tomei mais algumas cervejas com a galera. Conversamos bastante, demos muita risada, bem como na noite anterior. Depois de tudo fui descansar.

- Subway (30 cm): 85 pesos

- Cervejas: 35 pesos

- Pizza Uggi’s: 43 pesos
Parque Centenário



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