sexta-feira, 12 de junho de 2015

Dia 18



Acordei cedo, tomei meu café e desci para atualizar este diário de viagem. Hoje era o dia de partir do Play Hostel. À medida que a galera foi acordando, todos foram se juntando no refeitório. Como já havia comido mais cedo que todos, subi com minha câmera e um pequeno caderno para registrar o momento e pegar o contato de todos. Marquei nome, e-mail e facebook, com o intuito de enviar-lhes as fotos que tirei. Depois de muitas risadas e conversa, desci para arrumar minhas coisas e tomar um banho.



Tralhas arrumadas e banho tomado era hora de me despedir dos novos amigos e partir. Ficarão em minhas memórias todos eles! Mesmo que tenhamos convivido poucos dias, tive uma impressão muito positiva de todos. Novamente sinto a sensação de que, na vastidão do mundo, sempre encontraremos pessoas que se assemelham a nós, sejam nas ideias, visão de mundo, enfim, ali eu me senti em casa! De lá parti pra casa de Anita para almoçarmos.



Anita me arrastou pra comer num restaurante vegetariano (denovo, já que a última vez que tinha lhe visitado em São Paulo também tinha me levado num desse). Comi uma espécie de risoto com um tipo de queijo lá que não me recordo qual era. Confesso que não estava ruim, mas definitivamente não estou acostumado a esse tipo de alimentação. Inicialmente nossos planos eram deixar minhas coisas no Filipe (amigo que mora em Buenos Aires e tinha ficado de arrumar abrigo pra mim por uns dias) em San Telmo e depois rumar ao estádio do Boca. Como fazia muito calor neste dia, achamos que seria melhor se ficássemos na casa dele pra passar a tarde, já que no prédio havia piscina.



Chegamos lá e tivemos que esperá-lo por cerca de 40 minutos, pois o mesmo tinha ido ao bairro chinês para fazer compras. Assim que ele chegou, acompanhado de sua namorada e sogra, subimos, nos trocamos, e partimos para a piscina. De lá se vê quase toda a cidade, com destaque para a moderna região de Puerto Madero. Lá havia três prédios novos, grandes torres, onde se encontrava na cobertura de uma delas, a residência de Messi em Buenos Aires. Eu e Filipe ficamos por ali trocando ideia, lembrando das presepadas da viagem à Bolívia e Peru, em 2011. Depois de muitas risadas, descemos para pegar as coisas e bater uma bola com os “hermanos”. Filipe havia me convidado pela manhã pra jogar uma pelada e eu, fominha que sou, topei na hora.



A partida seria numa quadra próxima à sua casa, construída embaixo de um viaduto. Excelente aproveitamento do espaço urbano. Na Argentina essa é uma prática comum, existem vários espaços como esse. A quadra tinha as proporções de uma quadra de futsal normal, porém o piso era composto de um material sintético bem ralo (semelhante às quadras de futebol suíço que temos no Brasil). Era minha obrigação mostrar porque somos o país do futebol, rs! De imediato vi que os caras eram uns peladeiros, havendo um e outro que jogavam bem. Os argentinos tem pouca base de futsal, em todo o momento buscam lançamentos e jogadas longas, como se quisessem trazer o campo pra dentro de quadra.



O único cara com quem dava pra preparar alguma jogada em conjunto era um maluco que usava uma camisa do Barcelona. Em resumo, esperava mais do nível dos caras, vejo porque somos o país do futebol, embora que atualmente não vivamos o melhor dos momentos dentro de campo (e também fora dele). Mas foi uma boa experiência, há tempos não jogava, consegui suar bastante. Agradecimentos à Anita, que registrou o momento para que não se perdesse, e para Filipe, que me incluiu na pelada. De lá, Anita foi pra sua casa e Filipe me levou até a casa de seu amigo Gonzalo, que gentilmente me receberia por uns dias.



A casa de Gonzalo fica em Montserrat, bairro ao lado de San Telmo, nas cercanias do Congresso Nacional e da sede da Polícia Federal Argentina. Assim que cheguei logo conheci Pedro e José, dois brasileiros que moram por lá há algum tempo, e também Pepe, um finlandês que já percorre há algum tempo a América Latina. Este último se encarregou de me apresentar a casa (e que casa, diga-se de passagem!). Trata-se de uma construção que pela sua fachada demonstra ser bem antiga, mas que foi toda reformada por dentro. Um espaço de três andares, dividido em dez habitações, que compartilham cinco banheiros, duas cozinhas, uma enorme sala, lavanderia, dentre outros espaços. 



Depois de ser muito bem recebido por todos, tomei um banho, Filipe foi embora e assim me arrumei pra comer algo na rua. Já era 00h00min, não tinha muitos locais abertos. Caminhei um pouco pelo centro até encontrar uma pizzaria. Comi uma pizza pequena (6 pedaços) sabor napolitana, acompanhada de uma coca 600 ml, assistindo ao filme do Wolverine dublado em espanhol. No dia seguinte descobriria que o cara tinha me passado a perna, pois cobrou de mim o preço de uma pizza grande (8 pedaços). Enfim, de estômago cheio, voltei pra casa.



Foi quando conheci Gonzalo, dono do lugar e amigo do Filipe. Ele que me concedera o direito de dormir ali até minha partida de Buenos Aires. Foi muito simpático e hospitaleiro, colocando toda a estrutura à minha disposição: “Aqui é a lavanderia, você pode usar de tal hora a tal hora, se precisar de sabão está aqui...essa é a sua chave da casa, do seu quarto, nele você tem cofre pra guardar sua grana, documentos, etc...” Me senti até envergonhado pelo tipo de tratamento que me foi dado, excelente! Finalmente, depois de tudo, fui dormir, extremamente cansado.

- almoço vegetariano: 85 pesos

- futebol: 40 pesos
- pizza: 130 pesos (quando deveria ter pago 105 pesos)

Jorge (Argentina), Mary (Colômbia), Rafael (Chile), Miguel (Venezuela), Rob (Holanda), Juan Carlos (Argentina) e Allan (Brasil)

Charlotte (França)

Pelada com os hermanos! "Toca y me voy", rsss...

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